quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Volte a ser o meu ar.

Esses quilômetros todos servem apenas para nos atrapalhar. Assim como meu sonho infantil atrapalha meu sono e sossego pelas noites. Eu te queria aqui. E tuas palavras intensificam essa vontade a cada segundo. Dentro de mim. Silenciosamente. Não há mais nada que possa nos unir. E é por isso que as lágrimas continuam caindo. Minha solução é você. Minha liberdade. A chave dessas correntes. E esse meu sufoco se torna cada vez mais desesperador. Não tenho mais ar algum. Quero estar aí junto de ti. Esse lugar me parece o céu. A verdadeira definição de paraíso. E longe de ti, todas as minhas ações são ineficazes. Todas as distrações são pouco acolhedoras. Meu lugar é ao lado teu. Seja qual for esse lado. Mesmo que o resto seja pouco relevante. Tomou ciência? Meu lugar é ao lado teu. Não é aqui nessa cama, nem pelas ruas que percorro tentando aliviar a asfixia. Não é nesse vazio, tampouco nessa escuridão que bloqueia todas as saídas. Sei que estou no fim do caminho. Que todas as chances se esgotaram. Sei que deixei em cada esquina um pedaço da minha alma, e aqui estou, desfigurada. Estou querendo ser salva. E querendo poder ouvir teu coração batendo no mesmo ritmo que o meu, que quase para todos os dias, mas que se enche de esperança a cada sorriso teu. Você é a ponte sobre esse penhasco que me consome aqui dentro. É o que há de significativo em mim. O que indica algum sinal que valha a pena. Você é essas palavras ininterruptas que apenas me confundem e que não chegam ao tal destino e que saem pelas minhas mãos como um turbilhão. Você é a única pessoa que eu quis durante esses dois anos. E as outras serviram apenas para ocupar o teu lugar enquanto você demorava depois de ter dito que ia e que já voltava. Nunca deixei de esperar. E essas pessoas deixaram o mesmo vazio. A mesma fraqueza e falta de batimentos no meu coração. E eu poderia falar do brilho que o Sol perde ao ser comparado contigo. Mas isso não te impede de partir. Não te impede de se afastar todo fim de tarde ao invés de ficar e me fazer companhia pela noite escura e fria. E pelos meus pensamentos incoerentes e inócuos. É ruim demais tratar uma ferida e descobrir depois que aquilo era apenas o começo de uma infecção generalizada. E dói. Tira nosso fôlego, faz inchar os olhos e dói. E arde como corte profundo e sem remédio. Inflama. E eu quero te contar do meu orgulho e te mostrar todas as saudades que ele me proibiu de admitir. E todo o buraco que ele me fez tentar aterrar. Eu preciso de você acima e apesar de todas essas circunstâncias. E já cansei de te pedir em sonhos que não viram realidade. Já cansei de nadar contra a maré. Aqui estarei, e até que me cessem a respiração.

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