quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Não tenho mais o que dizer.
Eu queria que você me dissesse que ainda se lembra das suas promessas. E queria também que meus olhos não se enchessem de lágrimas toda vez que penso na possibilidade de te escrever. Você deveria pensar que isso tudo é difícil demais pra mim. E eu queria muito que você finalmente deixasse de lado essas frases prontas. E essa falsa preocupação. Isso me sufoca. E não é esse o seu papel. Eu quero que da próxima vez você me diga que me entende, e que essas coisas que te conto são loucuras da minha cabeça. Mas você não pode entender! Você não sabe como eu luto todos os dias. E como eu desejo às vezes trocar todas as pessoas da minha vida que insistem em me fazer mal só por você. Só pelas suas palavras incômodas. Já não sei mais o que deveria te dizer. Não sei mais como é que toda essa saudade tem um fim. Entende um pouco? Por favor, pare de inventar fantasias e aceite um pouco as minhas. Me diga que vai me proteger? E como era antes. E como sempre deveria ter sido. Não me diga para não amá-los. Não me diga para ser forte porque já não aguento mais. E se eu precisar de quatro, cinco ou dez dias, queria que você aceitasse. Queria que você percebesse que as músicas que eu escuto são sobre o que eu gostaria de te dizer. E as frases que te escrevo são para tirar de mim essa culpa. Você não entenderia. Você está há dez anos-luz na minha frente, mas precisamos voltar ao começo. Não consigo mais. Vamos por partes. Eu não suporto mais essas palavras vazias. Não suporto mais olhar para a minha vida e não aceitar o que vejo. Não suporto essas noites, essas lágrimas, essas letras... Essas peças que não se encaixam. E a minha tentativa vã que não me deixa olhar para frente. Juro que quero trocar tudo por você. Juro que quero largar toda a futilidade e o drama e a minha insatisfação. Mas tira de mim essa distância. Leva pra longe a solidão. E por favor! Por favor. Não posso pedir tanto, posso? Deveria começar sendo menos exigente com você e esperar menos de mim e do resto do mundo. Isso pouco importa, não é? Acredite, pouco deveria importar. E eu sei. Eu só queria que uma vez você dissesse que sabe como me sinto. Você diz que sabe mas não é verdade. O que você me conta é superficial demais. Minhas noites em claro são muito mais atribuladas do que isso. E penso que elas estão me matando. Eu não quero te tirar do seu sossego, mas é você que pode me salvar. E não venha me dizer que sou eu dessa vez, porque antes disso já vi as besteiras que fiz sozinha. E eu te disse que você não teria deixado. Você teria evitado tudo isso. Acredita? Eu preciso desesperadamente de você. Mas é diferente agora. Acredita. É pro meu bem. Não é meu vício. E eu sei que não é tudo, mas é o que me resta. É o que me faz sorrir em todos os dias sem sentido. Isso é você. E preciso disso sempre. E deveria mesmo ter sido sempre. E tudo bem, te desculpo. Quantas vezes for preciso. Mas leva pra longe de mim essa asfixia. Só dessa vez. Só agora.
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Um comentário:
Nossa, depois desse texto não tem como não te seguir, e é verdadeiramente mais fácil saber o que as pessoas querem dizer quando já vivenciamos exatamente a mesma experiência, e que de alguma forma continua guardada, e intacta dentro de cada um de nós.
Mt bom gostei mesmo, sucesso com seu blog :*
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