quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Saudade é não saber.
Nem eu posso explicar exatamente essa saudade. Você está em todas essas pequenas coisas. Está em todos os segundos dos meus dias, está nessas palavras, ocupando todo o longo espaço do vazio. Se eu pudesse convictamente perceber o que é isso, saberia organizar minhas ideias para que houvesse um sentido. Mas não há. Você está ainda mais presente quando sequer percebo. Está em todas essas linhas. Entende agora? Eu entendo. Tenho entendido aos poucos. Mas ainda não sei ocupar nenhum pensamento. Não sei ocupar essas feridas que ardem. Não posso curá-las. Não posso ver o mundo de uma forma que não seja aquela que você me ensinou. Não posso ver aqueles papéis que tantas vezes foram marcados com teu nome. Não posso não pensar em motivos, justificativas, passados, sonhos, lágrimas e perdas. Perda. Acho que isso resume. Perda de quem significava muito mais do que simples palavras. Perda de uma parte de mim. De uma parte da minha história. Você está aqui ainda, não está? Em minhas memórias, acredite, não há outra coisa além do teu sorriso. Mas isso não ocupa nada. Não ocupa espaço, não traz alento. Não traz felicidade. Apenas transborda a dor. Você é tudo aqui. Tudo em mim, tudo que me cerca, TUDO O QUE QUERO ESQUECER. Você é as lembranças, as paredes, a noite que vem caindo. Você é os meus sonhos, minha canção de ninar. O primeiro raio do sol. Você é todas as ruas por onde passo, cada onda que quebra na praia... Cada folha dessas árvores. Você é o presente. É isso que me rodeia. E está distante. Mas permanentemente ao meu lado.
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